terça-feira, 17 de maio de 2011

Qual a diferença entre dedurar e denunciar?



Dedurar é sinônimo de delatar, e também tem o mesmo sentido de alcaguetar, “entregar”, “X9”, “dedar”, “caguetar”, “dedo-durar” e outras expressões que soam como qualidade negativa quando associadas a alguma pessoa. Ninguém quer ser conhecido como o “dedo-duro do grupo”, pois  o “X9 da comunidade” é uma pessoa excluída, alguém a quem deve-se evitar e que não é digna de confiança.

Pois é, o problema é que dedurar também é sinônimo de denunciar, palavra que, ao contrário dessas, possui um significado nobre. Quem faz uma denúncia é alguém de coragem, defensor da sociedade, um herói. E diferente do “X9”, todo mundo quer ser o herói.

Então se dedurar e denunciar são sinônimos, como fazer a distinção entre a denúncia do herói e a dedurada do sacana?

O problema começa já na infância, quando a pequena-futura-gente escuta dos pais, tios e avós: “Fulano, não dedura Cicrano, porque é feio dedurar os outros”. Essa afirmação começa nos primeiros momentos de socialização do pirralho e se estende por toda sua educação chegando até a situação em que esse torna-se uma pessoa grande-quase-gente e passa a aprender que dedo-durar também pode ser correto, mas só se for do tipo denúncia. E aí pro cidadão aprender que ele pode dedurar alguém, pois em alguns casos é certo, fica bem mais difícil.

Imagine a conversa:
-       Pai, o fulano tá jogando a comida toda no chão.
-       Tá bom filho, mas não fica dedurando os outros porque é feio.
-       Mas pai, não tô dedando? Tô denunciando!

Agora imagine a cara do pai depois de escutar uma dessas.

Pois então, é difícil demais crescer escutando que é feio dedurar e depois querer colocar na cabeça desta mesma pessoa que quando presenciar alguma coisa errada faça uma denúncia. O sujeitinho não pode dedurar que o Carlão bateu no Quinzinho na pelada da rua, mas depois de uns anos tem obrigação de denunciar quando o Carlão bater num morador de rua. Seria mais fácil mudar essa cultura do dedo-duro na infância para que as pessoas crescessem sabendo que podem denunciar uma coisa errada sem ter que escutar que “dedurar os outros é feio”.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Eat Pray Love (Comer, Rezar, Amar)


Cuidado, esta postagem contém spoilers.

De tanto ouvir falar finalmente resovi assitir a Comer, Rezar, Amar. Confesso que esperava muito mais. A estória de uma mulher sem ter o que fazer da vida; leia-se precisando de um tanque de roupa suja pra lavar; resolve sair torrando dinheiro pelo mundo em busca de conhecimento. Será que ela estava seguindo o conselho do ET Bilu?
Já não vou muito com a cara da Julia Roberts, ainda mais fazendo papel de uma mulher fofinha e travada.

Mais um filme que vai pra lista dos que assisti com o dedo no forward.